Google

“Privatização só trouxe perdas para o transporte ferroviário”


A Federação Nacional Independente dos Trabalhadores Sobre Trilhos (Fnitst/CUT) e o Movimento Nacional Contra a Extinção da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) e pela Reestatização das Ferrovias divulgaram uma “Carta aos brasileiros”, onde defendem a retomada do patrimônio público e esclarecem “o que não foi dito sobre o setor no Brasil”. Segundo o documento, só a Companhia Vale do Rio Doce deve à RFFSA R$ 1 bilhão.
Na Carta, a Federação denuncia que, com a edição da Medida Provisória 283, que reestrutura o Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit), se tenta liquidar de vez com a RFFSA, criando nesta autarquia uma diretoria de transportes ferroviários que ficaria responsável por dar continuidade à privatização do setor.
“A primeira tentativa ocorreu no final de 2005 com a edição da MP 245, derrubada na Câmara dos Deputados, depois de intensa mobilização dos ferroviários e da sociedade. Agora, a pretexto de reestruturar o Dnit, o governo embute na MP 283 todo o conteúdo da medida provisória que foi derrotada na Câmara”, adverte a Fnitst. A entidade lembra que as medidas privatistas, “sempre vêem acompanhadas por matérias publicadas em grandes veículos de comunicação, apoiadas em dados que não expressam a realidade”.
“Estamos propondo ao governo Lula a retomada do sistema ferroviário brasileiro, criminosamente entregue com as ‘privatizações’ a partir de 1996, no governo de FHC. Além da Carta, detalhando o desmonte que os consórcios fizeram em toda rede, em nível nacional, estamos realizando audiências públicas na Câmara e no Senado, mobilizando a opinião pública para dar um basta e devolver ao Brasil os trilhos do desenvolvimento, pois a privatização só trouxe perdas e danos às ferrovias ”, declarou o coordenador nacional da Fnitst, Roque José Ferreira, funcionário da RFFSA há 25 anos.
Segundo Roque, inúmeras empresas devem à Rede Ferroviária recursos que, investidos no setor, contribuiriam para a sua retomada: “Somente a Vale deve pagar R$ 1 bilhão à RFFSA. Só que a direção da Vale está se negando a desembolsar o dinheiro, sob a alegação de que a dívida foi contraída em parceria no transporte de carga compartilhada antes das ‘privatizações’. O fato é que a dívida ainda não foi paga, porque se a Vale ficou com o patrimônio da estatal por que razão não vai honrar suas dívidas? Queremos que se faça justiça”. Diante de tamanhos abusos, Roque esclareceu que a entidade está trabalhando para que seja criada uma CPI que apure os desmandos das privatizações realizadas durante o desgoverno do PSDB. “Quermos passar uma borracha em todo esse desmonte e retomar o patrimônio público para o povo brasileiro”, enfatizou.
Contra a desinformação e a manipulação da mídia privatista, os trabalhadores lembram que a RFFSA tem um patrimônio arrendado de cerca de R$ 40 bilhões e que o valor do patrimônio da RFFSA não sofre correções desde a desestatização (1996). Segundo a Federação, “este patrimônio rende à RFFSA R$ 340 milhões por ano de arrendamento e nem todas operadoras pagam, como a Novoeste. É um patrimônio constituído de 48.000 vagões, 1.700 locomotivas e 26.000 quilômetros de linha abrangendo todo o território nacional, além de terrenos, edifícios, casas, complexos de oficinas, etc, no interior e nos centros das cidades”.
A Fnitst alerta que existem mais de 30 mil ações trabalhistas “provocadas pelas demissões de mais de 35 mil empregados pelas concessionárias privadas” que geraram um passivo estimado em R$ 6,5 bilhões de reais. O que não é dito, “é que FHC emprestou do Banco Mundial U$ 750 milhões de dólares para ‘fazer a privatização da RFFSA’ e alocando este empréstimo como um passivo da empresa, quando deveria ser creditado à União”.
Há três anos propondo soluções ao governo, a entidade denuncia que encontra enormes resistências dentro do Ministério dos Transportes. “O que não é dito que as concessionárias privadas já abandonaram 10.000 km de linha, 300 locomotivas e mais de 3.000 vagões formando um passivo patrimonial da ordem de U$ 8 bilhões de dólares com a RFFSA! A malha ferroviária da RFFSA ficou reduzida a apenas 16.000 km, voltando a situação do período imperial”, protesta a Federação.
O documento, , Fnitst, defende a necessidade de ser levado em conta o valor estratégico da Malha Ferroviária para uma empresa de Logística, que abrange todo o território nacional ligando os grandes produtores aos principais portos e consumidores do país e do mundo. “A falência da Brasil Ferrovias S/A, que ocupou páginas e páginas nos principais jornais do país, e da qual o BNDES é o maior acionista, seguido da Previ e Funcef, é a demonstração mais cabal da falência das privatizações da malha ferroviária nacional”, enfatiza.
Os trabalhadores concluem ressaltando que “o governo Lula dispõe de todos os instrumentos jurídicos necessários para cumprir a lei: deve decretar a caducidade dos contratos de concessão de todas as operadoras privadas que não estão cumprindo suas obrigações e ajudando a provocar o apagão logístico no setor de transportes, causando danos irreparáveis à Nação”.

Entre esperança e temor, católicos aguardam fala do papa no país


Entre as missas e pronunciamentos que Bento 16 deverá fazer no Brasil, em maio, o último discurso é considerado o mais emblemático, pois inaugurará os trabalhos da 5a Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, em Aparecida. O evento definirá as diretrizes da Igreja na região para a próxima década.
O papa chega a São Paulo dia 9. No último dia da visita, 13, em Aparecida, fará um pronunciamento de cerca de uma hora aos 162 bispos da Conferência, além de outras 100 pessoas, incluindo especialistas, leigos, religiosos e convidados, que darão continuidade ao evento até dia 31.
A conferência geral, cujas conclusões precisam ser aprovadas pelo papa, analisa a vida da Igreja na região, além de identificar problemas comuns e soluções. O discurso inaugural de Bento 16 direcionará os trabalhos, marcando as posições de Roma.
"A maioria dos religiosos e dos bispos no país, que são mais conservadores, acha que o papa vai ler as normas oficiais e que é só segui-las", disse na quinta-feira o sociólogo e professor do Departamento de Sociologia da PUC-SP Luiz Eduardo Wanderley.
"Mas, se você pegar o pessoal das pastorais, ONGs, movimentos populares, eles acham isso também, mas têm a esperança de que ele abra algum canal (...) Na América Latina, justamente pela tradição das pastorais, sempre há uma expectativa de alguma coisa nova, diferente."
Nesta semana, Wanderley deu uma palestra na PUC sobre a 5a Conferência Geral e a visita de Bento 16 ao Brasil, ao lado do teólogo e ouvidor da universidade, Fernando Altemeyer Junior.
"Se ficar em um discurso muito pequeno, não vai entusiasmar ninguém. Estamos entre o temor e a esperança", disse Altemeyer. "Temor pelo mesquinho, de ficarmos assim medíocres porque não há um desafio grande, ou a esperança, de trazer um desafio."
ECOLOGIA E MIGRAÇÃO
O tema da conferência --"Discípulos e missionários de Jesus Cristo, para que nele nossos povos tenham vida"-- foi escolhido pelo papa e deve constar do discurso. Porém, para Wanderley, seria interessante ouvir do papa uma exortação pelo perdão da dívida externa aos países pobres da região ou até mesmo perdão pelos males que a Igreja causou aos índios e escravos no período de colonização.
"Alguma coisa nessa linha seria muito positivo, mas é difícil porque ele não conhece muito a realidade nossa e por isso deve ficar no geral mesmo", disse Wanderley.
Para o sociólogo, o tema com mais chance de ganhar espaço no pronunciamento de Bento 16 é a preocupação ambiental, como aquecimento global e Amazônia.
"Acho que isso ele está acompanhando, pode sair alguma coisa nesse sentido. E pelo menos uma frase ou duas do compromisso da Igreja com os pobres, mesmo que não seja muito sólido", disse.
Para Altemeyer, a aposta seria Bento 16 falar da questão da Aids e da migração, que apesar de ser um tema externo à igreja, mexe com a religiosidade de milhares de pessoas que atravessam fronteiras pela América Latina.
"Mas não dá pra saber de fato qual será a ênfase", disse Altemeyer. "Como grande intelectual, talvez ele faça como é do gosto dele (...) talvez mais filosófico e não tão pragmático."
A primeira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe aconteceu no Rio de Janeiro, em 1955. As três outras, que contaram com a presença de papas na inauguração, ocorreram em Medellín (Colômbia), em 1968, Puebla (México), em 1979, e Santo Domingo (República Dominicana), em 1992.
Como exemplo da importância das conferências, o arcebispo nomeado de São Paulo e secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Odilo Pedro Scherer, citou a de Medellín durante uma coletiva nesta semana.
"Refletiu-se sobre as ditaduras, falta de liberdade democrática, o anseio pela liberdade. A Igreja se fez porta-voz destes anseios", disse na quarta-feira.
"Aparecida chega com um contexto novo, mudanças religiosas e políticas muito acentuadas (...) Como a Igreja quer se posicionar diante disto?"

Explosões deixam dezenas de mortos no Iraque

A explosão de um carro-bomba matou pelo menos 40 pessoas e feriu 128 numa estação de ônibus lotada perto de um santuário xiita na cidade sagrada de Kerbala, no Iraque, neste sábado, conforme fontes da polícia e de hospitais.
Em Bagdá, a polícia informou que um carro-bomba explodiu perto de um posto de controle na ponte de Jadriyah, matando dez pessoas, deixando 15 feridos e queimando vários veículos no segundo grande ataque contra uma ponte na capital nos últimos três dias.
Já na cidade de Basra, forças britânicas na sexta-feira mataram oito homens armados que estavam instalando minas terrestres em uma área onde quatro soldados britânicos e seu tradutor foram mortos no início deste mês, na explosão de uma bomba ao longo da estrada, que destruiu o veículo blindado em que viajavam, informou o Exército britânico neste sábado.
"Eu de repente ouvi uma explosão horrível. Nunca imaginei que Kerbala tivesse uma explosão daquele tamanho porque é uma cidade segura", disse Ali Mussawi, 30, dono e uma loja a 50 metros do local da explosão.
Um pouco depois, a polícia iraquiana deu tiros para o ar para dispersar grupos de manifestantes que acusavam autoridades locais de não conseguirem garantir a segurança. Helicópteros norte-americanos sobrevoavam a região, uma das mais sagradas do Iraque.
Uma fonte da polícia estimou o número de mortos em Kerbala em 65. Mas Khaled al-Rubaie, diretor de mídia do hospital al-Husseini, afirmou que 41 pessoas haviam sido mortas, e 128, feridas, várias delas mulheres e crianças.

Brasil quer integrar formalmente projeto do Banco do Sul

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse no sábado que o Brasil quer integrar-se formalmente ao projeto do Banco do Sul, que foi anunciado anteriormente por Venezuela e Argentina.
Na sexta-feira, representantes da Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador se reunirão com Mantega para discutir o processo de formação do banco.
"Para nós, tem que ser um banco de desenvolvimento", disse Mantega a jornalistas.
O ministro comentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está esperando convite formal da Argentina e Venezuela para unir-se ao projeto.

Na nova internet, os computadores poderão compreender o significado de textos e imagens para divinha o que você quer


Em 1989, o físico inglês tim berners-Lee trabalhava como pesquisador no Cern, um laboratório de partículas físicas próximo de Genebra. Naquele ano, Berners-Lee mandou para seus chefes no instituto um relatório aparentemente incompreensível, com o título Information Management: a Proposal (Gestão de Informação: uma Proposta). Ele descrevia o que imaginava ser uma rede mundial de computadores, a World Wide Web. Berners-Lee falava de textos interligados por hyperlinks. Você clicaria em um link - podia ser uma palavra, imagem ou ícone - e seria direcionado para outras páginas. Seus superiores responderam ao relatório com o seguinte comentário: "Vago, mas instigante". Berners-Lee continuou sua pesquisa. Em 1991, a idéia ganhou forma. Nascia a internet. Berners-Lee assegurou seu lugar na História como o homem que revolucionou o mundo das comunicações. Menos de 20 anos depois, ele quer fazer outra revolução.
A nova proposta de Berners-Lee é criar uma internet mais inteligente. A idéia já ganhou nome: web 3.0. Seria um terceiro passo na evolução da internet. Para entender esse passo, é preciso lembrar como a internet evoluiu. Em 1994, havia apenas 10 mil páginas na rede virtual. Naquele tempo, somente os responsáveis por uma página podiam colocar informação na web. Foi a era dos grandes portais, como Yahoo!, Aol e Uol. A web era um repositório quase infinito de conteúdo, mas um conteúdo unidirecional. Hoje, se considera que essa era a web 1.0. Com o tempo, a internet deixou de ser uma estrada de mão única. Nos últimos anos, os sites de maior sucesso têm sido os que permitem que os usuários coloquem no ar o próprio conteúdo. A Wikipédia virou o grande símbolo dessa transformação. É uma enciclopédia em que os verbetes são criados e editados pelos usuários. O YouTube é outro exemplo. Os internautas postam seus vídeos. A sabedoria das massas virou a chave na rede, então batizada de web 2.0.

Com todo mundo participando, ganharam importância as ferramentas que permitem encontrar, no meio do caos de informações, aquilo que é relevante para o usuário. Uma das saídas é adotada pelo site de fotos Flickr. No Flickr, qualquer pessoa pode publicar suas fotos. Quando as coloca no ar, ela preenche uma espécie de etiqueta virtual, com palavras que descrevam o assunto relacionado àquelas imagens. Se você postar fotos de seu novo poodle, pode escrever as palavras "cachorro", "totó", "poodle" e o nome do bicho. Isso ajuda outra pessoa, que pesquise com alguma dessas palavras, a encontrar as fotos de seu poodle. Parece pouco, mas isso tornou possível identificar uma foto em meio a milhares de outras. No entanto, a pessoa que procura fotos ainda tem de tentar adivinhar quais palavras-chave estão ligadas ao assunto que está pesquisando. A ambição de Berners-Lee é criar um sistema em que o computador entenda o que você quer e faça a busca por você. Essa seria a essência da web 3.0.
Parece precipitado falar em web 3.0 se a maioria dos internautas ainda nem entendeu direito o conceito de web 2.0. Mas uma corrente crescente de estudiosos identifica a web 3.0 como uma rede em que os computadores entendem semântica. Eles compreenderiam o significado das palavras que usamos na rede. Fariam associações de idéias a partir delas. Mesmo que você não saiba digitar exatamente o que quer em um site de busca ou de compras on-line, os computadores daquele serviço interpretariam seus pedidos e levariam você até os sites ou produtos que realmente lhe interessam. Os primeiros passos nessa direção já foram dados por alguns sites, como a livraria on-line Amazon. Se você compra regularmente na Amazon, os computadores do site interpretam suas preferências e arriscam palpites sobre livros que você gostaria de ler.

O que pode vir a ser a web 3.0 é vislumbrado por alguns serviços on-line em desenvolvimento. Um deles é um buscador da Radar Networks, uma pequena empresa de São Francisco, na Califórnia. Um buscador comum, como o Google, encontra milhões de sites a partir de uma ou mais palavras-chave que você tecla. O computador da Radar avaliaria a relevância dos sites, a partir do conteúdo de cada página. Se você teclar "São Paulo" e "time" em busca de informações sobre o clube no Google, ele apresentará todos os sites que contenham essas palavras. Mas não vai indicar aqueles que falam do São Paulo Futebol Clube e não usam a palavra "time". Já o buscador da Radar entraria em cada site e "compreenderia" quando o assunto é futebol. Com isso, ele saberia se a página trata de São Paulo como time ou cidade. E apresentaria para você os sites com mais informações sobre o time. Outro serviço rumo ao 3.0 é o Joost, um site criado por Janus Friis, um dinamarquês de 30 anos, e Niklas Zennström, um sueco de 40. Eles pretendem destronar o YouTube com um site que analisa suas preferências e indica programas de TV para você.
Um experimento promissor também é um sistema de computadores chamado KnowItAll, desenvolvido pela Universidade de Washington. Uma das tecnologias desse sistema é o Opine, um programa que avalia hotéis. Como ele faz isso? A partir dos comentários deixados pelos hóspedes desses hotéis. Os pesquisadores do KnowItAll selecionaram um grupo de estudantes, que visitaram vários hotéis. Em uma página da internet, eles postavam, como em um blog comum, comentários sobre sua estadia. O computador do KnowItAll lia os textos e "entendia" o que cada estudante tinha dito sobre os quesitos temperatura do quarto, conforto da cama e preço. Depois, o computador comparou as avaliações dos estudantes, tentando adivinhar quais tinham gostos similares. Com essas informações, o sistema era capaz de recomendar, em determinada cidade, qual o melhor hotel para cada estudante.

Alguns estudiosos de peso não acreditam no potencial da web 3.0. "Esse nível de inteligência artificial, com máquinas pensando em vez de seguir simples comandos, tem encantado pesquisadores por mais de meio século", disse o jornalista John Markoff, num artigo que virou referência para os céticos. Segundo eles, a primeira dificuldade é desenvolver programas que permitam ao computador ler e compreender textos com sutilezas de interpretação. Qualquer pessoa que usa um tradutor automático sabe que a essência do texto principal pode ser preservada, mas nuanças de estilo, sinônimos e palavras ambíguas são problemáticos.
Os defensores da web 3.0 dizem que os avanços nessa área são rápidos. Mesmo assim, esse estágio só será atingido daqui a dez anos. Hoje, Berners-Lee lidera um grupo de pesquisa chamado W3C, que atua no Massachusetts Institute of Technology (MIT). O W3C reúne cientistas em busca de novas tecnologias que possam ser usadas de modo padronizado. Querem construir essa internet inteligente, administrada por sistemas que saibam ler e escrever. A expressão "vago, mas instigante", que os chefes de Berners-Lee usaram há 18 anos, é novamente aplicável.


Dois helicópteros britânicos caem no Iraque, 35 mortos em Bagdá

Trinta e cinco pessoas foram mortas numa série de atentados neste domingo em bairros xiitas de Bagdá, e dois helicópteros britânicos caíram perto da capital iraquiana, provavelmente depois de uma colisão acidental, matando duas pessoas.Mais de 40 pessoas morreram em todo o Iraque, entre elas 18 num duplo atentado com carro-bomba em Bagdá, num momento em que o plano de segurança para a capital iraquiana entra na sua nona semana.Algumas horas depois, a explosão de um ônibus-bomba na beira de uma estrada de Karrada, um bairro do centro da capital, matou 11 pessoas e feriu outras 18, segundo fontes dos ministérios da Defesa e do Interior.O primeiro-ministro iraquiano, Nuri al-Maliki, denunciou em comunicado os "grupos terroristas que têm como alvos importantes instituições civis e inocentes".Estes grupos "comprovam assim seu fracasso em enfrentar nossas forças armadas", acrescentou o premier.As autoridades americanas e iraquianas têm dificuldades para conter a violência, apesar do plano de segurança lançado em 14 de fevereiro que prevê a chegada de 30.000 soldados americanos suplementares ao Iraque e a mobilização de 90.000 militares americanos e iraquianos em Bagdá daqui ao mês de junho.Este plano está sendo progressivamente ampliado a outras regiões.Ao norte de Bagdá, dois helicópteros britânicos caíram neste domingo pela manhã, deixando dois mortos e um ferido grave, "todos eles soldados britânicos", frisou em Londres o ministro da Defesa Des Browne.Browne destacou que segundo os "primeiros relatórios", a queda é o resultado "de um acidente, e não de um ataque rebelde".As forças americanas haviam anunciado anteriormente que dois helicópteros americanos tinham provavelmente se chocado acidentalmente.Assim, o número de militares britânicos mortos no Iraque desde o início da invasão, em março de 2003, chega a 142.Na manhã deste domingo, dois carros-bombas explodiram no bairro de Al-Churta, em Bagdá, o primeiro perto de um restaurante e o segundo num mercado. O duplo atentado matou dez homens, cinco mulheres e três crianças, e deixou 35 feridos, segundo o hospital Yarmuk, a oeste de Bagdá.No norte da capital, um camicase acionou os explosivos que carregava dentro de um microônibus, matando seis pessoas e ferindo outras dez.Esta série de ataques acontece no dia seguinte a uma onda de violência que deixou mais de 60 mortos em atentados suicidas em Bagdá e na cidade santa xiita de Kerbala.Em um novo balanço divulgado neste domingo, as autoridades de Kerbala, ao sul de Bagdá, listaram 42 mortos e 224 feridos.Em Mossul (370 km ao norte de Bagdá), dois ataques com caminhão-bomba contra uma base do exército iraquiano deixaram quatro mortos e 16 feridos. Além disso, a explosão de um artefato na passagem de uma patrulha militar iraquiana feriu pelo menos quatro soldados, segundo a polícia.Em Baiji (200 km ao norte de Bagdá), dois policiais foram mortos no ataque do comboio de um general do exército iraquiano, que foi levemente ferido durante a ação.Um policial também morreu num ataque em Tikrit (180 km ao norte de Bagdá), e um homem e uma mulher foram mortos num tiroteio em Iskandariyah (60 km ao sul de Bagdá).Em Suleimaniyah (330 km ao norte da capital), os corpos de seis motoristas de caminhões-tanques que transportavam petróleo, entre eles cinco iranianos, foram descobertos neste domingo, no dia seguinte a uma emboscada dos rebeldes perto da fronteira iraniana.

Massa vence no Bahrein em prova sem erros e se recupera na F-1


A temporada da Fórmula 1, na prática, começou para Felipe Massa neste domingo. Depois de resultados adversos nas duas primeiras etapas do ano, com dificuldades e erros na Austrália e Malásia (6º e 5º lugares), o brasileiro da Ferrari venceu o Grande Prêmio do Bahrein com uma prova irretocável e restaura assim o status de um dos favoritos ao título, tão comentado nos testes de preparação ao campeonato.
Massa teve um final de semana perfeito no Bahrein, dominando as disputas no circuito de Sakhir desde o treino de classificação até a prova deste domingo."O resultado das primeiras duas corridas não era o que eu esperava. Algo estava faltando, tive alguns pequenos erros. Desta vez nós conseguimos colocar tudo junto", comentou Massa após a vitória na terceira etapa da temporada.A segunda colocação ficou com o novato Lewis Hamilton, que sobe ao pódio pela terceira vez consecutiva. O piloto da McLaren pressionou Massa na largada, defendeu a posição em duelo com Raikkonen no começo e garantiu pontos preciosos na disputa pela primeira colocação do Mundial de F-1.A terceira colocação ficou com Kimi Raikkonen, companheiro de Massa na Ferrari, outro piloto que mantém a rotina de pódios na temporada. O espanhol Fernando Alonso, por sua vez, enfrentou dificuldades no Bahrein e terminou apenas na quinta posição.Na prova, Alonso, que chegou ao Bahrein como líder isolado do Mundial de Pilotos, não conseguiu ganhar posições na largada (saiu em 4º) e ainda perdeu uma colocação em disputa de pista com a BMW de Nick Heidfeld.Com o resultado deste domingo, o Mundial de Pilotos agora tem liderança tripla, dividida entre Alonso, Raikkonen e Hamilton, todos com 22 pontos. Massa aparece em seguida, com 17 pontos, dois à frente de Heidfeld.
"Quem diria que estaríamos empatados nós três na frente após três corridas. Quando começou a temporada, pensávamos que eles (Ferrari) estavam em outra galáxia", comentou Alonso sobre a acirrada disputa pela liderança.Ao contrário da Malásia, quando perdeu a liderança da prova logo na primeira curva, Massa fez uma largada cuidadosa no Bahrein, resistiu à pressão de Hamilton e sustentou a ponta. Ainda na primeira volta, um acidente entre Jenson Button e Scott Speed forçou a entrada do Safety Car na pista. Na relargada, Massa voltou a mostrar segurança e consolidou a condição de primeiro colocado.O piloto brasileiro realizou duas paradas nos boxes durante a prova no Bahrein, ambas depois de Hamilton, seu principal adversário na corrida. Massa contou com o trabalho eficiente da Ferrari na troca de pneus e reabastecimento e voltou à pista na frente do rival da McLaren nas duas oportunidades.Rubens Barrichello, o outro brasileiro da categoria, terminou a prova na 13ª colocação, a uma volta de Massa. Mesmo distante da briga pelos primeiros lugares, Barrichello conseguiu como alento desempenho muito superior em relação a seu companheiro de Honda, Jenson Button, que abandonou ainda na primeira volta depois de um acidente.