Correio Braziliense
COMBUSTÍVEIS
Lobão quer mudar Lei do Petróleo
Ministro de Minas e Energia admite estudos e considera que legislação precisa ser modernizada. Com a descoberta de grandes campos na camada pré-sal, governo defende maior remuneração para a União
Bruno Villas Bôas
Ministro de Minas e Energia admite estudos e considera que legislação precisa ser modernizada. Com a descoberta de grandes campos na camada pré-sal, governo defende maior remuneração para a UniãoBruno Villas BôasO ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, defendeu ontem mudanças na Lei do Petróleo, criada em agosto de 1997, e que marcou a flexibilização do monopólio das atividades de exploração e produção no Brasil. O ministro disse que estudos estão sendo conduzidos com esse objetivo, mas preferiu não antecipar detalhes. “O estudo está sendo feito, mas não pode ser adiantado assim de afogadilho. Isso porque não podemos errar. Todas as leis brasileiras, sempre que precisam ser modificadas, modernizadas, o são. Por que essa não seria? Então, se há necessidade de modernização, vamos modernizá-la”, disse. As mudanças na Lei do Petróleo vêm sendo defendidas por setores do governo após as descobertas de megacampos na camada pré-sal (águas ultraprofundas) da Bacia de Santos, como os de Tupi e Júpiter. A camada pré-sal teria um potencial de 70 bilhões de barris de óleo equivalente (boe). Parte do governo entende que, com o novo patamar de produção, as atuais regras não remunerariam devidamente a União. O ministro, contudo, nega que a intenção de mudar a legislação esteja relacionada apenas às recentes descobertas na camada pré-sal e à possível existência de reservas de 33 bilhões de barris de petróleo na área de Carioca, na Bacia de Santos, como estimado pelo diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo (ANP), Haroldo Lima, em um episódio polêmico. “Tem essa descoberta, que é importante, mas ainda que não houvesse, acredito que deveríamos modernizar a lei”, disse. “Não se quer modificar a regra do jogo com o jogo em andamento. Tudo que se fosse fazer seria para o futuro.” O ministro não detalhou se as mudanças alterariam o sistema de concessão para um contrato de partilha, pelo qual o governo criaria uma empresa 100% estatal para gerir as atividades de produção com empresas privadas. Outra possibilidade estudada é a adoção da taxação das empresas por rentabilidade. O diretor-geral da ANP defendeu na última semana que as mudanças nas regras do setor deveriam ocorrer por meio de decreto presidencial, e não mudança na lei. Ele disse entender que a mudança via legislação seria um processo mais lento e que se poderia aumentar a remuneração pública sobre a atividade alterando o percentual de isenção do pagamento de Participação Especial (PE). Carioca Sobre a estimativa antecipada das reservas, Lobão voltou a afirmar que é preciso de mais avaliações para se fazer uma previsão do potencial das reservas. “Nenhum de nós transmitiu essa informação. Temos que ter prudência”, disse o ministro, acrescentando que “indícios podem até existir, mas não trabalhamos com indícios, mas com fatos”. A mesma linha de discurso foi adotada pelo presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. Para ele, a companhia precisa realizar estudos adicionais. Os resultados deverão ser divulgados dentro de um a dois meses. “Não temos dados suficientes para fazer nenhuma afirmação. A área potencial exploratória é grande, mas não podemos falar nada de volume”, disse.
Correio Braziliense
marcha da Alvorada
Fuzileiros navais que chegam amanhã à capital reeditam caminhada de 1,2 mil quilômetros, entre o Rio de Janeiro e o DF, realizada por marinheiros, há 48 anos, para celebrar a fundação de Brasília
Pablo Rebello
Passo após passo, embaixo de chuva ou de sol quente, a tropa dos fuzileiros navais segue em frente. Os 230 soldados marcham pelas longas retas e curvas, subidas e descidas da BR-040 a uma média de 5km/h. Há 21 dias estão na estrada. Saíram do Rio de Janeiro em 28 de março para chegar a Brasília amanhã, dia 19, com a conclusão do percurso a pé de 1,2 mil quilômetros que separam as duas capitais. Eles repetem o feito da Operação Alvorada, quando um contigente de 124 fuzileiros navais, marinheiros e civis marcharam 24 dias para celebrar a inauguração da nova capital, em 1960. O cumprimento do percurso tem como propósito não só homenagear a epopéia realizada 48 anos atrás, como também representa o ponto alto das comemorações do bicentenário do Corpo de Fuzileiros Navais (leia Para Saber Mais) e faz parte da celebração do aniversário da cidade. Na segunda-feira, a força participará da cerimônia de hasteamento da bandeira nacional, às 9h, assim como fará apresentação da banda sinfônica no palco da Secretaria da Cultura, ao lado do Museu Nacional, às 17h. Réplicas da carta entregue ao fundador de Brasília, Juscelino Kubitschek, ao final da primeira marcha serão distribuídas para o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, ao governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, e à curadora do Memorial JK, Ana Cristina Kubitschek. Os fuzileiros passaram por Cristalina, a 119km de Brasília, na quinta-feira. A proximidade da capital traz ânimo para a tropa, que enfrentou diversas dificuldades no caminho. Mas nada capaz de comprometer a marcha, graças a uma equipe de apoio com 166 homens, responsáveis pela montagem de acampamentos e por toda a logística. Treinamento Para enfrentar a longa distância entre as duas capitais, a tropa tem se preparado desde outubro do ano passado. “As marchas variavam de 20km a 55km, um bom condicionamento físico para eles enfrentarem esse desafio”, afirma o capitão-tenente Eduardo Rabello. Apesar de acostumados a andar em qualquer clima, o calor tem sido um problema. Horas e horas de caminhada no asfalto quente causam bolhas até nos pés mais calejados. Motivo que leva a tropa a fazer paradas estratégicas durante o dia para que os homens possam descansar e tratar possíveis feridas. Mesmo com uma média de sete refeições diárias, a rotina dos fuzileiros não é fácil. Eles costumam acordar às 3h30 para tomar café e pegam a estrada até as 4h30. Depois, caminham o dia inteiro para completar o percurso de 55 quilômetros diários. Ao cair da noite, jantam nos acampamentos e seguem direto para suas barracas com colchões infláveis, onde adormecem exaustos. Os oficiais que os acompanham anotam o horário em que todos foram dormir e ajusta o cronômetro. O descanso dura invariavelmente sete horas. Ao toque da Alvorada, acordam e retomam o percurso. Enquanto a maioria dos fuzileiros cumpre os 55km de percurso diário em 11 horas, um deles percorre a mesma distância na metade do tempo. Todos os dias, o suboficial Sebastião Ferreira da Guia Neto, 40 anos, sai do acampamento cerca de uma hora depois que os colegas partiram e sempre chega ao novo ponto de repouso antes da tropa. Tudo porque ele se voluntariou a cumprir o percurso que separa o Rio de Janeiro de Brasília de forma diferente do restante da marcha: correndo. “Na verdade, já fiz uma prova parecida na França, quando percorri uma média de 65km por dia durante18 dias. Sonhava fazer algo parecido no Brasil e, quando surgiu a oportunidade da marcha, não tive dúvidas. Sugeri a idéia ao meu superior”, conta o suboficial Da Guia, como é mais conhecido entre os colegas. E ele não pára com a conclusão da marcha. Pretende continuar o treinamento para participar de uma maratona de 24 horas em Recife, em maio. Reformas A marcha dos fuzileiros navais do Rio de Janeiro para Brasília não será esquecida pelos alunos de 31 escolas de 29 municípios. Como parte das comemorações do bicentenário da força, um grupo social com 80 militares foi distribuído em cidades próximas à rota para realizar ações cívico-sociais. Equipes de oito pessoas visitaram os centros de ensino e fizeram reformas que vão desde pinturas até reparos nas instalações elétricas e hidráulicas. A visita dos militares, que duraram entre quatro a oito dias, não só davam uma cara nova para os colégios quando terminavam, como também alimentavam os sonhos de crianças. Como no caso do estudante Henrique Ferreira dos Santos, 8 anos. Depois de conviver com os fuzileiros nos seis dias em que estiveram na Escola Municipal Aleixo Torres Camargo, de Cristalina (GO), o jovem não tem dúvidas. “Quero ser que nem eles para proteger a pátria”, revela. Filho de uma dona-de-casa com um vendedor de sorvetes, o menino conta que ficou impressionado com a visita dos militares ao colégio. “Eles são muito legais. Melhoraram e muito a escola”, afirma. Os Pioneiros O primeiro grupo que saiu do Rio em 1960 para cumprir a Operação Alvorada era composto de 124 fuzileiros navais. Eles levaram três dias a mais que os da nova operação para pisar no solo da capital — que iria ser inaugurada em 21 de abril — após um percurso de 1,2 mil quilômetros. Entre os militares estavam o soldado Armando Barreto, hoje com 71 anos, e o capitão-de-fragata Alfredo de Souza Coutinho Filho, 74, que conta a experiência da primeira marcha no livro A pé para Brasília - crônicas de uma marcha, lançado em 2004, pela editora Relume Dumará.
Para Saber Mais
Dois séculos de lutaO Corpo de Fuzileiros Navais Brasileiro foi fundado em 7 de março de 1808. Na época chamada de Brigada Real da Marinha, a unidade de soldados marinheiros garantiu a segurança da família real e da corte portuguesa durante a transferência para o Brasil até a chegada ao Rio de Janeiro. Uma vez estabelecida no país, a brigada passou a defender os interesses do Príncipe Regente, D. João VI. Uma das primeiras missões que os soldados marinheiros receberam foi a tomada de Caiena na Guiana, ocupada por franceses, em represália à invasão de Portugal pelas tropas do general Junot. Após intensos combates, a brigada conquistou a vitória em 14 de janeiro de 1809. Para os fuzileiros, trata-se da primeira de muitas conquistas.
Folha de São Paulo
FORÇA:
LOBÃO NÃO DESCARTA AÇÃO DO EXÉRCITO CONTRA SEM-TERRA
Para o ministro de Minas e Energia, tropas do Exército podem ser usadas para conter invasões do MST. Segundo Edison Lobão, o Exército já foi mobilizado. "Não foi necessário entrar em ação, mas [está de prontidão] para prevenir qualquer atitude impensada." A ação da Força, diz, é "preventiva" e tem como objetivo principal "preservar o patrimônio do povo brasileiro", em referência à invasão de uma hidrelétrica em Sergipe
Jornal do Brasil
COLUNA
Um pouco de muita gente
Gilberto Amaral
A EXEMPLO do que aconteceu nos comandos da Aeronáutica e do Exército, o senador Fernando Collor será homenageado com almoço, próximo dia 28, pelo comandante-chefe da Marinha, almirante Júlio Soares de Moura Neto
Jornal do Brasil
COISAS DA POLÍTICA
Os militares e as fronteiras
Mauro Santayana
É necessário que o bom senso venha a prevalecer na Questão de Roraima. O Senado devia ser o centro do entendimento, mas os senadores da região estão ocupados em coisas menores. O descontentamento militar para com a demarcação em área contínua da Reserva Raposa Serra do Sol deve ser entendido e provocar uma reflexão mais profunda, tendo em vista todos os aspectos do problema. Enquanto se espera a decisão que o Supremo Tribunal Federal vier a adotar, é bom que o presidente e seus ministros continuem a negociar com todos os interessados.O Congresso, desde o famoso Consenso de Washington, parece ter abandonado o seu principal dever, que é o de garantir a integridade do território nacional. Ao contrário disso, abriram-se as fronteiras setentrionais para a invasão das ONGs – em continuidade a projeto antigo, do qual foi braço importante o senhor Nelson Rockfeller. Há, sobre o assunto, livro importante, de Gerard Colby e Charlotte Dennet (Thy will be done). É preciso que sejam expulsos da área os agentes provocadores estrangeiros, membros de ONGs que ali atuam, em franca violação da soberania nacional.A Igreja Católica pode compreender a necessidade de que a faixa de fronteira fique sob ocupação militar ostensiva e permanente, e que a demarcação em ilhas – respeitando a ocupação histórica das tribos – é a solução lógica. A tese é a de que a cultura autóctone deve ser preservada. Ela exigiria que os missionários de qualquer culto deixassem os índios com seus próprios deuses. Não há violação mais forte contra a identidade de um povo do que a de lhe trazer deuses estranhos. Não têm faltado defensores apaixonados da globalização da causa indígena, mas têm faltado defensores da soberania nacional.Em 1900, ao defender a causa do Brasil na Questão de Limites com a Guiana, Joaquim Nabuco (que nunca foi nacionalista extremado), lembrou que a Inglaterra havia mandado para a fronteira de sua colônia com o Brasil o pastor missionário Ioud, ainda em 1838. O evangelista se estabeleceu entre os macuxis da região de Pirara, e essa presença serviu de pretexto para que, quatro anos mais tarde, a Inglaterra invadisse o território brasileiro com um contingente militar comandado pelo mercenário alemão, travestido de cientista, Robert Hermann Schomburgk. O governo britânico pedira ao governo brasileiro passaporte que autorizasse ao cientista que, nas pesquisas que faria na região, entrasse em território nacional. A nossa boa-fé funcionou, e Schomburgk hasteou a bandeira britânica nas nascentes do Rio Essequibo. Em conseqüência de nossa negligência durante o governo da Regência, perdemos dois quintos do território em litígio com os ingleses, com o laudo de arbitragem do rei da Itália em 1904. Estamos agora, no caso da Raposa Serra do Sol (a mesma região), entrando pelo mesmo caminho e podemos até mesmo perder o que nos sobrou há um século. Os macuxis – os mesmos que foram na conversa do pastor e do mercenário – estão sendo agora seduzidos pelas ONGs, pelos novos missionários protestantes, e pelo Cimi.A questão básica de Roraima é a soberania brasileira sobre o território que nos foi legado pela História. O governo do presidente Lula naturalmente levará em conta que os governos, os partidos e todos nós somos efêmeros, mas que uma nação só merece existir se existir com o compromisso de permanecer para sempre. Outro aspecto é o do pacto federativo. O governo passado, aproveitando-se de circunstâncias conjunturais, decidiu a demarcação da Reserva – que era projeto do governo Collor, conforme confessou o senhor Sidney Possuelo, então superintendente da Funai. Já dissemos, neste espaço, que foi um erro converter os antigos territórios fronteiriços em Estados. Não havia neles cultura sedimentada que autorizasse a autonomia, nem tradições históricas de autogoverno. Mas sendo Roraima um Estado, tem todos os direitos do pacto federativo.O terceiro aspecto – que se amarra aos interesses ingleses do século 19 – é o da atualidade geopolítica. O New York Times, o mais liberal (no léxico político clássico e não em seu significado econômico atual) dos diários americanos, acaba de fazer apelo à maioria democrática do Congresso para que aprove novo tratado com a Colômbia. O argumento – nele atentemos – é o de que é importante a presença dos Estados Unidos em uma região em que os seus interesses estão sendo ameaçados pela queda da credibilidade do governo Bush. O jornal não nomeia quem rejeita a presença americana na área, mas é certo que estamos entre os que gostariam de que não se imiscuíssem na América Meridional.Alguns militares exageraram, ao dizer que, servindo ao Estado, não devem estar submetidos ao chefe de governo. Mas a sua angústia, diante das perspectivas do mundo, é explicável.
Jornal do Brasil
COLUNA
Força de Submarinos
Anna Ramalho
Jornal do Brasil
Ameaça de apagão custa R$ 745 mi
Dinheiro gasto com acionamento de usinas térmicas será repassado para a conta de luz
O uso de termelétricas nos três primeiros meses do ano custará R$ 745 milhões aos bolsos dos consumidores de energia elétrica de todo o Brasil. Este foi o custo adicional do acionamento dessas usinas, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), e que será repassado para a conta de luz.Desde o fim do ano passado, por causa da falta de chuvas, o governo determinou que termelétricas a óleo e a gás – mais caras e mais poluentes – fossem acionadas para compensar as hidrelétricas. Segundo a Aneel, o custo adicional do uso dessas usinas em janeiro foi de R$ 31 milhões. Já em fevereiro, quando quase todas as termelétricas estavam em funcionamento, o valor ficou em R$ 268 milhões. Em março, a previsão é de que fique em R$ 446 milhões, mas o número final só será fechado na próxima semana.Como esse valor é dividido por todas as distribuidoras do Brasil, o impacto na conta de luz deverá ser pequeno. Ontem, a Aneel começou a autorizar o repasse no reajuste de distribuidoras do Sul e do Nordeste. Para a AES Sul, por exemplo, o impacto na conta de luz será de 0,56% e para a RGE de 0,44%. As duas distribuidoras atuam no Rio Grande do Sul.As termelétricas são acionadas quando o seu custo é menor do que o preço da energia no mercado à vista. Desde o fim do ano passado, porém, o governo determinou o funcionamento de usinas cujo custo estava acima desse preço. Técnicos da Aneel explicaram que esse valor adicional é transformado em encargo, ou seja, cobrado na conta de luz. A divisão entre os consumidores é feita proporcionalmente ao mercado de cada distribuidora.Desligamento de usinasApesar de o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) ainda não ter dado a ordem formal para o desligamento das térmicas, o Operador Nacional do Sistema (ONS) já começa a reduzir o funcionamento dessas usinas, principalmente das movidas à óleo e diesel – mais caras e mais poluentes. Até o dia 3 de abril, o ONS despachava entre 33 e 35 termelétricas por dia. Desde o dia 4, porém, o número caiu e varia de 20 a 25 usinas diariamente.Desde ontem 25 usinas geraram energia. Na comparação com o dia 31 de março, por exemplo, 11 usinas foram desligadas, das quais quatro a óleo e cinco a diesel. Apenas três usinas a óleo e uma a diesel foram mantidas em funcionamento.Segundo o Ministério de Minas e Energia, o desligamento dessas usinas ainda não é definitivo e a decisão permanente será tomada na próxima reunião do CMSE, marcada para daqui a duas semanas. A assessoria do ministério explicou que a ONS tem autonomia para administrar o sistema e desligar térmicas de acordo com as chuvas, em caso de risco de a água ultrapassar a capacidade dos reservatórios das hidrelétricas.Desde o fim do ano passado, o governo determinou o acionamento de termelétrica por causa da falta de chuva. Com a entrada das térmicas em funcionamento, os reservatórios das usinas hidrelétricas são poupadas para o período seco.O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou ontem que a próxima reunião do CMSE deverá decidir pelo desligamento de todas as usinas termelétricas movidas a óleo combustível ou diesel. Acrescentou que poucas térmicas movidas a gás serão mantidas ligadas, em função do nível mais confortável dos reservatórios.– Não há mais necessidade de essas térmicas ficarem ligadas, mas algumas funcionarão, só por zelo.
O Estado de São Paulo
Não se intrometa, diz Duarte a Chávez
Presidente paraguaio adverte que interferência na campanha eleitoral em favor de Lugo ameaça laços com Caracas
Ariel Palacios
No idioma guarani, como costuma fazer quando quer dar um recado de importância, o presidente Nicanor Duarte declarou ontem que o presidente venezuelano, Hugo Chávez, não deve se intrometer nos assuntos paraguaios. 'Minhas saudações cordiais aos filhos da Venezuela que nos estão escutando e peçam a suas autoridades que não metam seus narizes em nosso país', afirmou Duarte à TV Telesul (canal internacional do qual o governo venezuelano é acionista majoritário). Ele disse que a interferência de Chávez na campanha eleitoral paraguaia pode destruir sua amizade com o governo venezuelano.Segundo o presidente, grupos venezuelanos estão apoiando o principal candidato da oposição - e preferido nas pesquisas -, o ex-bispo Fernando Lugo, da Aliança Patriótica para a Mudança (APC), coalizão que conta com setores de esquerda que simpatizam com Chávez.'É preciso respeitar a soberania dos povos', disse o presidente, visivelmente irritado, durante a entrevista à Telesul na residência oficial. Ele indicou que várias pessoas que estão chegando ao Paraguai como observadores internacionais não passariam de 'agitadores'.No domingo, 2,8 milhões de paraguaios vão às urnas eleger o novo presidente, governadores, toda a Câmara e o Senado. Estas eleições estão sendo consideradas históricas, já que a permanência do governista Partido Colorado - no poder há 61 anos - está em risco. A candidata colorada, a ex-ministra da Educação Blanca Ovelar, oscila nas pesquisas entre o segundo e o terceiro lugar.Na quarta-feira, Duarte disse ao Estado que os seguidores de Lugo, assessorados por especialistas venezuelanos, estavam preparando distúrbios para a noite de domingo. 'Eles dizem que não reconhecerão a vitória de meu partido e de Blanca nas eleições. Esse tipo de coisa não é nada democrático.'As suspeitas sobre as atividades de venezuelanos, colombianos e equatorianos no país provocaram situações inusitadas. Na terça-feira, a polícia deteve um grupo de nove colombianos em Assunção, sob a suspeita de serem guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). Mas os jovens (entre 18 e 20 anos) eram na verdade torcedores do Atlético Nacional da Colômbia. Ontem, um argentino e uma francesa foram detidos por terem aspecto de 'agitadores sociais'. Mas os dois estavam preparando um documentário sobre Lugo.DEBATEO último debate entre os candidatos presidenciais, ontem à tarde, foi marcado pela polêmica. O clima tenso começou quando Lugo avisou, apenas meia hora antes do início do debate, que não participaria, alegando, sem entrar em detalhes, que não existiam 'condições políticas' para seu comparecimento. O anúncio irritou Humberto Rubín, moderador do programa, que passou boa parte do debate criticando o ex-bispo.O ex-general - e ex-golpista - Lino Oviedo, da União Nacional de Cidadãos Éticos; a candidata governista e o empresário Pedro Fadul, do Partido Pátria Querida, também aproveitaram a ocasião para criticar Lugo. No último minuto do debate, Oviedo levantou uma pasta que, segundo ele, tinha documentos que provariam a ligação do ex-bispo com seqüestradores.
O Estado de São Paulo
Brasil é 13º país com maior risco de epidemia
Estudo mostra que reemergência de doenças hemorrágicas aumenta
Emilio Sant’Anna
O Brasil é o 13º de uma lista de 53 países na zona tropical com maior potencial para desenvolver uma epidemia de grandes proporções. As condições socioeconômicas e os níveis de alteração e devastação ambiental foram relacionados para chegar a esse péssimo resultado. O alerta é de um levantamento inédito no País realizado no Departamento de Geografia da Universidade de São Paulo (USP).O estudo analisou a incidência de quatro doenças hemorrágicas (febre amarela, dengue hemorrágica, Ebola e Marburg), entre 1980 e 2005. A primeira atinge a América do Sul, Central e África. Ebola e Marburg (doenças parecidas e com alta letalidade) são restritas ao continente africano. Já a dengue hemorrágica estende-se por praticamente toda a área tropical, incluindo países das Américas do Sul e Central, África e Ásia.A conclusão é que não só a reemergência dessas doenças é cada vez maior, como também a possibilidade de surgir novas epidemias, ainda desconhecidas. “No Brasil ainda se morre de febre amarela e de dengue. Isso mostra que não estamos preparados para tratar outras possíveis doenças”, afirma o geógrafo Paulo Roberto Moraes, professor da PUC e autor da pesquisa, que se transformou em sua tese de doutorado.No topo da lista dos países mais vulneráveis, aparece a República Democrática do Congo, país que registrou 868 casos de Ebola e 154 de Marburg, no período analisado. Costa do Marfim, Sudão, Uganda e Angola completam as cinco primeiras posições. Em comum, além da alta incidência de doenças hemorrágicas, o baixíssimo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Angola, por exemplo, ocupava a 161ª posição no ranking de desenvolvimento humano em 2006. Um ano antes, o país - que tem 16,2% de suas florestas devastadas - registrou 347 casos de Marburg, com 329 mortes.O desmatamento pode contribuir para apressar o contato do homem com microrganismos que hoje estão em equilíbrio no meio ambiente. “Estamos sim à beira de uma grande epidemia na região e a natureza está dando mostras disso”, alerta Moraes. No continente americano, estão à frente do Brasil apenas Equador, Colômbia, Venezuela e Bolívia.Na avaliação geral, o País - com mais de 540 mil km2 de área de floresta desmatada entre 1980 e 2000 - aparece à frente de nações como Nigéria, Serra Leoa, Vietnã, Bangladesh e Haiti. Enquanto a taxa de morbidade da dengue hemorrágica aqui cresceu mais de 20 vezes em 25 anos, mais de cinco mil casos foram registrados.NOVAS DOENÇASPara o epidemiologista da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), Luciano Toledo, ainda que a possibilidade de o País enfrentar uma epidemia de Ebola ou Marburg seja nula, o surgimento de doenças agressivas não pode ser descartado. “O que mais preocupa são as doenças que não conhecemos, principalmente os arbovírus que circulam na região amazônica e que em algum momento podem atingir a população”, diz.O epidemiologista cita o exemplo de militares que freqüentemente entram na área da floresta. Há cerca de dez anos, um grupo de militares contraiu uma doença desconhecida na região. “Na ocasião, fizeram a única coisa que não poderiam: trouxeram os soldados para o Hospital Emílio Ribas, em São Paulo, expondo a população da maior cidade do País a um vírus desconhecido”, diz. Para evitar situações como essa, um convênio entre o Exército e a unidade da Fiocruz na Amazônia foi firmado para monitorar situações de perigo biológico.Para a socióloga e professora titular da Faculdade de Saúde Pública da USP, Nelly Martins Ferreira Candeias, a população exposta aos riscos decorrentes do desmatamento tem ainda um outro problema: a lentidão das medidas de controle imediato. “Embora seja difícil romper os elos desses fatores, não há dúvida de que, quanto maior a pobreza, maior o risco”, afirma.Para conter esse risco, o Ministério da Saúde criou, em 2006, o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs). Em média, quatro situações de risco epidemiológico são relatadas ao centro por semana. Bahia, Minas, Paraíba e Espírito Santo são alguns dos Estados que mantêm unidades do Cievs. Aos Estados da região amazônica, no entanto, elas devem chegar somente em 2011. “Mesmo os municípios mais distantes podem notificar o centro por e-mail”, diz o diretor de vigilância epidemiológica do Ministério da Saúde, Eduardo Hage.
O Estado de São Paulo
ECONÔMICAS
Energia térmica já pesa no bolso de distribuidoras
QUEM PAGA A CONTA O custo com as usinas termoelétricas ligadas no fim de 2007 para poupar água dos reservatórios das hidrelétricas já pesa no custo das distribuidoras.Em março, o uso da energia gerada pelas térmicas, que é mais cara, representou adicional de R$ 446 milhões no gastos das distribuidoras com compra de energia, segundo técnicos da Agência Nacional de Energia Elétrica. O consumidor não tem sentido esse impacto porque boa parte das revisões tarifárias tem resultado em queda de tarifas, por causa do aumento de produtividade. Mas a redução poderia ser maior se não fosse o uso das térmicas.
O Estado de São Paulo
Para a 'Economist', Brasil será superpotência
Andrea Vialli
“Uma superpotência econômica, e agora em petróleo também.” Esse é o título do editorial que a revista inglesa The Economist, uma das mais influentes publicações sobre economia do mundo, dedicou ao Brasil, na edição desta semana. A publicação, cuja capa trata da crise dos alimentos, publicou ainda várias páginas de reportagem sobre o País. A revista destacou o crescimento de 5,4% do PIB brasileiro em 2007 e sua pujança como produtor de matérias-primas. “O crescimento da economia brasileira ainda é modesto, se comparado aos padrões chineses, mas essa comparação é equivocada. O Brasil experimentou taxas de crescimento chinesas entre as décadas de 1950 e 1960. É muito mais difícil para um países de classe média, como o Brasil é hoje, crescer a taxas mais altas.” De acordo com a publicação, as razões para o crescimento brasileiro atual são três - o controle da inflação, o fim da dívida externa e a democratização. O bom momento da economia brasileira é reflexo também, segundo a Economist, do alto preço das commodities. A descoberta dos campos de petróleo e gás de Tupi e Júpiter, mais o potencial estimado do campo de Pão de Açúcar, na bacia de Santos, tranformariam o País no oitavo do ranking mundial dos produtores de petróleo. “Conseguiria o Brasil se tornar uma potência do petróleo assim como é um gigante agrícola?”, questiona a revista. “De todas as commodities que o Brasil exporta, o petróleo foi considerado, durante anos, como o menos relevante, devido a reservas modestas.” Se as recentes descobertas se concretizarem, o Brasil estará lado a lado com Venezuela ou Arábia Saudita, publica a revista.A publicação destaca também que, se confirmada, a riqueza oriunda do petróleo pode ser também motivo para preocupação. “O petróleo pode transformar a economia brasileira, mas não necessariamente para melhor”, adverte. “A moeda brasileira, o real, já se valorizou a níveis que fizeram os exportadores recuar. Se se tornar uma moeda do petróleo, muitas indústrias podem fechar as portas, pois o custo de se fazer negócios no Brasil se tornará proibitivo.”
O Estado de São Paulo
Oviedo afirma que não revisaria Tratado de Itaipu
Ariel Palacios
O ex-general Lino Oviedo, candidato à presidência do Paraguai pela União Nacional de Cidadãos Éticos, disse ontem que, se eleito, não pretende alterar o Tratado de Itaipu, ao contrário de seus principais rivais nas eleições de domingo - que pregam a revisão do acordo para conseguir tarifas mais altas na energia elétrica que o Paraguai repassa ao Brasil. Indagado pelo 'Estado' se o Brasil pode ficar 'tranqüilo' em um eventual governo seu em relação a Itaipu, Oviedo afirmou: 'Se a contraparte diz que o tratado deve ser respeitado, e assim está escrito, é melhor e mais conveniente ao Paraguai.' Ele acrescentou: 'Seria uma estratégia erradíssima ficarmos mal com o nosso vizinho mais importante.' Oviedo oscila entre o segundo e terceiro lugar nas intenções de voto.
O Globo
PANORAMA ECONÔMICO
Antes do sal
Míriam Leitão
A Pemex, estatal de petróleo do México, está perdendo reservas; o Equador tem petróleo e não consegue extrair; a venezuelana PDVSA está subinvestindo e distribuindo gasolina de graça até para os ricos; a Bolívia tem clientes querendo seu gás e não tem como tirá-lo dos campos. Que modelo o Brasil quer para sua área de petróleo? Essa é a pergunta que fica no ar neste episódio do diretor-geral da ANP, Haroldo Lima. Ele entende tanto de como funciona o mercado que decidiu fazer "uma cogitação" sobre reservas de petróleo. Não é só mais um atrapalhado de tantos que já fizeram cogitações parecidas no governo; ele tem sido um dos principais defensores da mudança de modelo de exploração. E não fala sozinho; tem mais gente no governo defendendo a mesma coisa. O uso político do petróleo é o modelo mais rápido para que se percam as vantagens de um recurso poluidor, mas ainda indispensável no mundo. Se o que Haroldo Lima e a própria Petrobras estão falando quando defendem o novo modelo é o fim dos leilões, para que as áreas mais promissoras sejam dadas à Petrobras, é preciso lembrar que a Petrobras é controlada pelo Estado, seu acionista majoritário, mas é uma empresa de capital aberto que tem milhões de acionistas no mundo inteiro. Uma mudança de regra que a beneficie tão descaradamente é uma forma de privatização de riqueza. Muita coisa pode mudar, mas se preservando o modelo de leilão com concessão de áreas, o setor aberto, que têm funcionado de forma mais eficiente que nos países onde se manteve o setor fechado ou se usou o combustível para rompantes nacionalistas. David Zylbersztajn, que foi o primeiro diretor-geral da ANP, acha que muita coisa pode mudar, preservando-se o modelo: - A taxação pode mudar por decreto presidencial. Digamos que hoje, com os impostos estaduais e municipais, a taxação seja de 50%; ela pode subir em áreas mais promissoras. Para David, o Brasil está com boas notícias, num golfo de más notícias para países tradicionalmente fornecedores, porque a abertura do setor permitiu a entrada de mais investimento em pesquisa e desenvolvimento. - A Petrobras é uma das top-5 no mundo em capacidade para exploração em áreas profundas. A competência e a parceria com empresas como BG, Petrogal, Repsol e outras explicam parte do sucesso do Brasil. Zylbersztajn acrescenta: - O caso da Pemex é emblemático. Hoje a produção do Golfo do México está em alta, mas o México perde reservas. O Equador é um país da Opep que quebrou; a Venezuela está com baixa capacidade de investimento. Enquanto isso, o Brasil acumula novas descobertas, como os campos de Tupi, Júpiter, Carioca. Desde os primeiros indícios nesses campos, a comemoração teve um tom político. Esta governamentalização da Petrobras esconde fiascos: o Brasil comemorou eleitoralmente a auto-suficiência do petróleo que não tem até hoje. Em 2007, o déficit em petróleo foi de US$5 bilhões; este ano, serão US$8 bilhões, segundo informou o "Valor". Com todo esse alvoroço, o fato é que a produção não está aumentando. Por fatores conjunturais, como atrasos de plataformas, ela está estagnada. - A Petrobras tem feito um bom trabalho, mas o que está sendo encontrado no pré-sal não são ainda reservas. É preciso saber quanto daqueles recursos vai virar reservas e, para isso, é preciso saber por quanto e como será possível explorar. Quanto mais o petróleo sobe, mais se torna viável essa exploração, mas levará tempo até se ter uma posição segura. A notícia circula: o Brasil tem feito grandes descobertas. A Brazilian-American Chamber of Commerce distribuiu, um dia depois das declarações do diretor da ANP, um convite para uma palestra com o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, em Nova York, em junho, dizendo que "as primeiras informações sugerem que a estatal pode estar com uma descoberta de 33 bilhões de barris em suas mãos". É essa informação que Haroldo Lima disse que viu numa revista. Mas o governo todo tem feito apressadas declarações a respeito das reservas; e por dois motivos: para fortalecer o movimento do "nunca antes" e para fermentar a idéia de uma mudança no modelo de exploração que dê mais vantagens à Petrobras. David acha que o Brasil está num momento especial. Que pode, com essas descobertas, com o biocombustível e com as outras fontes de energia, ter uma situação singular no mundo: - Podemos ter, de fato, independência energética. O petróleo será, no futuro, cada vez mais visado e taxado pelos seus efeitos de emissão dos gases de efeito estufa, mas o Brasil tem também outras fontes. É preciso um bom modelo para lidar com isso. Quando a empresa estatal pensa que é o país, quando os governos tomam como seus os recursos energéticos, o próprio país acaba perdendo. Ou é o caso da Venezuela, que gasta seu petróleo dando gasolina quase de graça a todos, inclusive aos ricos, e não tem como abastecer os supermercados. Ou da Pemex, que anda para trás. Ou do Equador, que quebrou. Ou da Bolívia, que está com gás preso no subsolo. Dificilmente chegaremos à situação da Noruega, que constrói um fundo de riqueza para as futuras gerações, depois de atender às necessidades básicas da população. No entanto, podemos aprender como não fazer olhando bem o exemplo dos vizinhos.
O Globo
Fiocruz lança novo tratamento contra malária
Droga combina duas substâncias num único comprimido e simplifica o controle da doença
O tratamento da malária ficou mais fácil. Em parceria com a organização de pesquisa Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi), a Farmanguinhos (unidade de produção de medicamentos da Fiocruz) lançou uma nova combinação de drogas contra a doença. A terapia ASMQ reúne o artesunato (AS) e a mefloquina (MQ). Segundo pesquisadores, a vantagem é combinar dois medicamentos eficazes num pequeno comprimido (de cor azul) e isto simplifica o tratamento. Assim, as duas substâncias serão tomadas ao mesmo tempo e na proporção correta. Adultos e crianças terão de usar apenas de um a dois comprimidos por três dias. De acordo com pesquisadores, as combinações com derivados de artemisinina (ACT), como o ASMQ, são considerados os melhores tratamentos contra a malária provocada pelo protozoário Plasmodium falciparum. Crianças são as principais vítimas da infecção Este é o primeiro medicamento para doenças negligenciadas desenvolvido e registrado no Brasil. Para o Eduardo Costa, diretor da Farmanguinhos, a parceria com a DNDi "demonstra que é possível desenvolver tecnologias inovadoras de medicamentos direcionados ao social." Bernard Pécoul, diretor executivo da DNDi, diz que a nova combinação em dose fixa é um bem público que atende às necessidades dos pacientes. - É fácil de usar, mais acessível financeiramente e de boa qualidade - afirma. O ASMQ é indicado principalmente contra infecção causada por Plasmodium falciparum. A doença é transmitida pelo mosquito Anopheles. Por ano, são registrados um milhão de casos na América Latina, a maioria no Brasil. As principais vítimas são crianças. A malária mata mais de um milhão de pessoas por ano no mundo. A cada 30 segundos, uma criança morre vítima da doença, na África. Em 2006, a organização Médicos Sem Fronteiras tratou dois milhões de pacientes na África, Ásia e Américas.
O Globo
NEGÓCIOS & CIA
Rio estréia em energia eólica
Tem data marcada o pontapé inicial da construção do primeiro parque de geração de energia eólica do estado do Rio - e também da Região Sudeste. Será dia 30 o lançamento da pedra fundamental do projeto da Gargaú Enérgica, no distrito de mesmo nome do município de São Francisco de Itabapoana, no Norte fluminense. Serão 17 aerogeradores, com capacidade individual de 1,65 MW. Ao todo, o empreendimento terá capacidade instalada de 28MW. Vai produzir energia suficiente para abastecer uma cidade de 80 mil habitantes, diz André Leal, gerente-executivo da empresa. O parque eólico consumirá R$130 milhões em investimento e começa a operar em dezembro deste ano. O projeto foi inserido no Proinfa, programa federal de incentivo a energias alternativas. Estará integralmente atrelado ao Sistema Interligado Nacional, operado pelo ONS. O parque fluminense é o primeiro da empresa. Se bem sucedido, informa Leal, pode ser ampliado ou estendido a outras regiões. Brasil perde espaço no mundo O Brasil ainda está muito atrás de outros emergentes na produção eólica. Enquanto China e Índia responderam por 25% da capacidade adicional instalada em 2007 e estão entre os cinco maiores fabricantes mundiais, o país caiu da 20ª para a 25ª posição no ranking da Associação Mundial de Energia Eólica. O Brasil produz hoje 247,1 MW da energia renovável. A matriz eólica mundial chega a 93,8 mil MW. Em 2008, o potencial global eólico instalado deve chegar a 115 mil MW.